O desmanchar contínuo de um lugar que abrange trânsitos ou os diferentes lugares que vão e vem com as pessoas.
Escolhemos este espaço diante da Farmácia, atrás da paragem de ônibus, do lado da igreja, na frente do Martim Moniz, que não tem limites claros e foge para cima das Escadinhas da Saúde, se vai lá com o transito dos carros e corre com pressa pela rua da mouraria.
Nuvens passam.
Andorinhas em linhas.
Pombos fazem ponto.
Caminhar e pausar, pausar e caminhar.
Passos na pedra.
A primeira camada é sobre as trajetórias, os deslocamentos das pessoas, aglomerações e dispersões que vão criando e desfazendo o espaço. Só depois emerge o gesto, as direções e volumes no corpo, o bater do sol, se é segunda ou feriado. Há pequenos encaracolamentos no recolher uma moeda que caiu, há sorrisos e um olhar que afina no céu lá onde o bico do prédio acaricia.
Estamos a pesquisar o dialogar do movimento com o movimento, os deslocamentos que se juntam a outros deslocamentos, o compartilhar de um espaço desde a prática de estar lá. Uma abertura para a existência. Um trabalho que aprofunda a escuta do aparecer do gesto e deixa que este leve (traga) algo à presença.
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