1. Aparecimento, a pergunta apareceu assim: de que maneiras denotamos um aparecimento? ao que na tentativa de responder isto foi aparecendo;
pensar o aparecer... eu não tenho o
controle sobre o que aparece, posso ter a capacidade de o ver, de ver esse aparecimento sem o presupor;
um não olha para algo, por momentos ve, e esse ver
ta relacionado com o que antes não podia ver - talvez olhaba mas não conseguia
ver -. O que veio se faz sempre onde não veio. Esse limiar que constantemente
exercitamos nas fronteiras do que sabemos, quer dizer, do que não sabemos é o lugar
do aparecimento, o que se faz ver que vaí vindo ao visivel desde onde nao se veia.
2. Corro, corre, correríamos, extendemos
as fazias em direcção ao ar e nesse instante uma pomba com bico alargado
entre-mexe fios perto de nossos cabelos…
logo ajuntamos, os ténis com os brincos, as camisolas na pedra, head-phones e
corta-unhas, uma gritaria de pequenos
gestos fazendo piscina no rio Tejo. E a
sangue escorrega corpo adentro pelos braços até a pontinha de todos os dedinhos
mesmo e já vai também pela nariz de
Maria de Nazare a fazer se pingo no chão
da igreja de São Paulo. Nesta ribeira quase não tem praia, os pés de novo vão
uns atrais dos outros, os outros atrais dos barcos: pulo, os olhos olham a
pedra, a borracha do sapato faz linha até que a perna toda sai do são encosta
no ar e gira a bacia com suas veias e cartilagos alborozando do prazer de se
contorcerem, um sorriso na boca é inmediato, o reflexo do corpo todo no vidro
do obnibus que passa, o braço esticando desde a medula, e a medula esticando
desde os neuroneos e os neuroneos trabalhando sem parar em um sonho,,, ahhhh
possa vida,,, os supermercados comenzam a desaparecer como aquelas pragas que
exterminao-se a si próprias.
3. Nao nos debe preocupar tanto o que pensa o publico, ou se gosto, ou tanto se comprendeu. Temos que rasgar algures nos mesmos, sendo que isso quer dizer rasgar o nosso tempo. De alguma maneira induzir a nossa praxis e pensamento a uma insistencia que nao tem mais certeza que a propria insistencia. Sendo que o existente, é (des)arraigado e elaborado nesse repensar as fraturas que acarretamos de nosso pasado se pensando com o potencial futuro no presente.
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